Uma fã da Kristen (do twitter kstew411) foi mais uma fã sortuda que teve a chance de assistir a estreia de The Runaways em Sundance, e ela contou, com vários detalhes, inclusive com alguns spoilers, o que ela achou do filme, da actuação dos atores e o que ela acha que poderia ter sido melhor. No geral, ela falou muito bem do filme, e da actuação da Kristen e da Dakota, sem falar da trilha sonora, que parece que está o máximo, o que só me deixa com mais vontade ainda de assistir. E ela também falou que a directora do filme, Floria Sigismondi, confirmou que vão estar na trilha sonora as faixas gravadas por Kristen e Dakota, além das gravações originais feitas pela banda. Agora, confiram abaixo a análise dela.
Eu fui muito sortuda essa semana e compareci à uma das exibições de The Runaways, a muito esperada biografia de rock da banda punk só de garotas dos anos 70, de mesmo nome do filme. Dakota Fanning estrela como a vocalista Cherie Currie, e Kristen Stewart estrela como Joan Jett. Como a grande fã de Kristen que eu sou, Joan Jett é minha quedinha por uma garota original . Eu amo ela, eu amo The Runaways, então é claro, eu estava mais que louca para ver esse filme agora, ao invés de em Março. Então o quanto eu gostei? Foi um filme até melhor do que eu esperava — eu estava extremamente ansiosa com a primeira com a pela primeira vez directora e roteirista Floria Sigismondi — mas não foi perfeito. Eu tive alguns problemas com isso, a maioria envolvendo problemas de ritmo pelo meio do filme. Vamos começar a análise. Por favor note, ela vai ser cheia de spoilers.
A actuação faz esse filme. Directo, em um filme de música, a trilha sonora tem prioridade, mas aqui a atuação é o centro do filme. As três performances centrais — Kristen como Jett, Dakota como Currie, e Michael Shannon como o baixo produtor musical Kim Fowley — são o eixo do filme todo. Shannon se dá bem o filme inteiro. Ele passa por cima de todos os outros, roubando cenas e dando show de actuação. Roupas doidas, diálogos extravagantes — Fowley é ‘O papel’ no filme, e Shannon faz isso da melhor forma.
Kristen dá uma actuação feroz e destemida como Jett. A Jett dela não é ingénua. Quando a passagem de som delas é fechada pela banda principal, Rush, Jett revida urinando nas guitarras deles. Ela usa drogas (em um ponto, ela usa tanta cocaína que seu rosto é coberto por pó), se pega com garotas, e se livra da sua guitarra com uma naturalidade selvagem. Suas melhores cenas são com Shannon, enquanto eles, Jett e Fowley se confrontam. Seja escrevendo músicas como “Cherry Bomb” no vôo ou engajando em discussões com gritaria, Stewart e Shannon são contrastes perfeitos que trazem o estouro ao filme.
Assim como Dakota, sua performance é a melhor que eu já vi em anos. A mudança entre uma menininha do vale com carinha de anjo para uma roqueira glamurosa em plataformas altas, Currie é por isso tudo, o papel principal no filme. Nós vemos mais da vida doméstica da Currie do que da Jtt, já que Currie deixa sua irmã gêmea, Marie (interpretada por Riley Keough), para lidar com seu pai alcoolatra. Nós também vemos a mãe da Currie (Tatum O’Neal) abandonando suas filhas para se erguerem sozinhas, enquanto ela se muda para a Indonésia. Currie logo vai curtir a vida na estrada com The Runaways. Dakota vai para uma vibe de “menina perdida” que na maioria das vezes funciona para Currie, especialmente enquanto ela é esmagada por uma combinação de drogas, exaustão e exploração.
Essa tem sido a grande hype do filme — a cena de beijo entre KStew e DFann. Mas no contexto do filme isso vem e vai, outro momento em um relacionamento complicado. Elas se pegam, a saída da câmera sugere que elas passaram a noite juntas, e então Dakota está parada em uma mesa usando os típicos espartilhos e meias arrastão, dizendo, “Eu vou vestir isso,” desafiando Jett à dizer à ela que não. A química delas faísca mais quando elas estão brigando, como quando Jett fala rispidamente, “Venda a música, não sua calcinha,” para Currie enquanto Jett joga nela uma revista cheia de fotos insinuantes de Currie. The Runaways funciona melhor quando está dividindo igualmente o tempo entre as duas.
Assim como o restante do elenco, Keough e O’Neal destacam-se o máximo. Scout Taylor-Compton e Stella Maeve não tem muito o que fazer como Lita Forge e Sandy West, respectivamente, mas Compton segura a fisicalidade de Forge tocando uma guitarra. Alia Shawkat é totalemnte desperdiçada como Robon Robins, a baixista genérica. (Os produtores não puderam assegurar os direitos de vida da primeira baixista de The Runaways, Jackie Fox, então eles criaram uma composição chamada Robin.) Shawkat não teve falas e foi pouco mais do que um cenário de fundo. Ford e West também foram sub-representadas, ainda que Comptom tenha pêgo uma boa cena perto do final, tendo uma explosão com Jett no estúdio de gravação.
Ainda que esse seja seu primeiro filme, a roteirista e diretora Floria Sigismondi teve uma longa carreira como diretona de clips musicais, dirigindo clips de Marilyn Manson, The White Stripes e The Cure. Ela traz um estilo visual altamente desenvolvido à The Runaways, que é especialmente dirigido à um look dos anos 70. Há uma qualidade granulada no filme e a sua marca registrada, de cortes com entrada e saída de zoom, repercurtindo o tipo de filmagem que era considerada tão crua e recordada nos anos 70. A sequência do show é especialmente forte, parecendo como se tivesse realmente vindo dos shows de verdade de The Runaways, a 30 anos atrás. A produção artística e o design são incríveis. Los Angeles de 1970 é representada em toda sua glória suja e punk, sem nem mesmo ir para o lado do cafona ou da nostalgia inocente.
Onde Sigismondi comete alguns deslizes com o rítmo do filme e problemas de edição. Algumas cenas duram um pouco demias, outras são redundantes. Por exemplo, enquanto em turnê no Japão há uma cena da Currie parada, exausta, em um chuveiro. Ela corta imediatamente para Currie parada, exausta, em um elevador. A cena do chuveiro não realiza nada, principalmente porque o climax da cena do elevador é Currie sofrendo um colapso quando as portas se abrem. Também, a câmera parece demorar muito no rosto da Dakota. Sua performance é de alguma forma dificultada por isso, dando a isso uma lacuna que eu não acho que esteja realmente lá. É só um pouco de tempo demais encarando o espaço. Isso é um problema durante o filme que poderia ser facilmente consertado com alguns reajustes mínimos. As coisas desaceleraram e ficaram chatas no meio enquanto a história focava em Currie, mas então volta ao normal no final quando Sigismondi volta cortando entre Currie e Jett lidando com a separação da banda.
A trilha sonora é incrível. Sigismondi confirmiu que as faixas que as atrizes gravaram para o filme vão ser incluídas, assim como as gravações originais de The Runaways. A única música que nós vemos tocada inteira no filme é “Cherrie Bomb,” mas também á clips de “Queens of Noise,” “Dead End Justice”, e Kristen cantando “Playing with Fire.” Ainda que ela não cante a faixa, Kristen causa arrepios quando ela pega a guitarra e começa a improvisar em “I Love Rock’n Roll.” Há sinais das influências de Runaways, Suzi Quatro e David Bowie, um pouco de Sex Pistols, mas The Ramones estão estranhamente ausentes.
No geral é uma sólida, se previsível, biografia do rock que se beneficiou com três performances fantásticas. Kristen e Michael Shannon são os destaques, e com um pouco de limpeza na sala de edição, a performance de Dakota perderia essa monotonia talvez acidental. É um pouco decepcionante na sua falha em manter a energia selvagem dos primeiros trinta minutos (por favor corte Currie constantemente encarando o espaço!), mas The Runaways é uma carta de amor divertida, ao punk dos anos 70 e à uma banda que quebrou a barreira dos gêneros para futuras gerações.
Fonte: SUBLIME KRISTEN STEWART