Kristen Stewart é muitas vezes pintada como uma das estrelas mais desajeitadas de Hollywood – tediosamente tímida, incompatível aos holofotes e, pra melhor ou pior, enroscada com a Saga Twilight e sua personificação dessa romantica heroína, Bella Swan.
Em Welcome to the Rileys, a atriz de 20 anos de idade interpreta Mallory, uma stripper adolescente fugitiva que cria uma rápida, intensa ligação com o devastado Doug (James Gandolfini), que perdeu sua filha em um acidente fatal. Juntos eles criam uma improvisada família ligeiramente mais desequilibrada que a maioria. Nós falamos com Stewart sobre Twilight, Rileys e andar em strip clubs.
E: Você parece muito atraída por papéis que você interpreta alguém que é desafiante, lutante constantemente por alguma coisa — emocionalmente, fisicamente. Pelo o que Mallory está lutando?
K: Eu acho que ela está tentando sobreviver. Ela teve uma infância difícil, que tirou alguma coisa dela em um nível realmente básico. Isso é difícil para uma jovem em um mundo normal, mas coloca-la nas ruas… ela não percebe que ela precisa de outras pessoas, que ela precisa ter a capacidade de confiar, aceitar e amar as outras pessoas. Ela enxerga e prova isso com Doug, percebe que ela pode ter isso, e que ela ainda não está morta.
E: Você gravou esse filme entre Twilight e New Moon, antes de Twilight ser lançado, e você ainda era muito nova. Você se sentia pronta para interpretar uma stripper fugitiva nesse ponto de sua vida?
K: Eu acho que tinha 16 ou 17 quando eu li a primeira vez [o roteiro de Welcome to the Rileys]. E foi realmente intimidante, e eu sou realmente orgulhosa que esse filme levou o tempo que levou para encontrar seu caminho, porque eu não estava em posição para interpretar esse papel. Eu não poderia me entregar tanto. Eu teria medo disso.
E: O quê mudou, além de você ter ficado um pouco mais velha?
K: Para interpretar isso direito e não ser uma fraude total, nós fomos em clubes de strip e eu conversei com as garotas de lá, tipo, realmente vulgar. Jake Scott [Diretor] me deu todos esses ótimos livros e conversas gravadas e transcritas e histórias dessas crianças que cresceram nas ruas.
E: Você conversou com garotas que cresceram na rua, ou que estavam apenas nos clubes?
K: Eu não fui falar com fugitivos em abrigos. Eu não encontrei ninguém que estava abaixo dos, eu acho que, 25? Eu principalmente só falei com as meninas que me contaram histórias engraçadas. Nós realmente não mergulhamos em suas histórias, mas os livros e outras coisas que Jake me forneceu estavam realmente ajudando.
E: Qual foi o melhor livro?
K: Deus, é meio engraçado contar isso para as pessoas – teve esse em especial que teve algumas coisas perfeitas e fotos que eram realmente bonitas e tristes, um tipo meio estranho. Chama-se Raised by Wolves. É muito bom. Esse cara praticamente se acabou nesse mundo de crianças de rua em Hollywood.
E: O que você acha dos jovens que têm caído na vida?
K: É uma estranha pequena sociedade. É um mundo de pessoas vivendo num círculo vicioso, você sabe, uma alterada, quebrada, estranha existência. Mas são todos uma família, e estão fazendo isso funcionar. Mallory se tira nisso.
E: Alguma coisa em fazer o filme te assustou?
K: Quando eu estava filmando, perdi um pouco a minha cabeça. Eu estava tão confortável. Eu estava literalmente andando pela cidade com o casaco aberto e meia arrastão, como andar do set para a base do camping, “Não, foda-se, vou só andar, não se preocupe.” Eu não tinha absolutamente nenhum medo no mundo. Você nunca pode saber se consegue fazer alguma coisa até você fazer isso.
E: Vocês está sob pressão do que a maioria dos atores por causa de Twilight, e percepções sobre rótulos e sua capacidade.
K: Sim, e você sabe, isso definitivamente não me detêm de forma alguma, mas é algo que eu penso sobre quando perguntam: “Alguma coisa mudou?” Mudou sim, mas não o trabalho.
E: Você está para filmar a parte final da Série Twilight, Breaking Dawn. Você ainda está aproveitando isso, ou está desesperada para acabar?
K: Mal posso esperar para fazer isso, mal posso esperar para terminar… é o mais louco e mais longo acúmulo. É tipo, vamos fazer isso logo, você me entende? Mas ao mesmo tempo, é triste. Não sendo totalmente e completamente sincera, mas algumas pessoas acham ruim, mas seria ainda pior se o elenco não gostasse do filme.