The Golden Boy
Robert Pattinson, o eterno vampiro namorado de Kristen Stewart, já juntou milhões de dólares e agora está sendo requisitado por grandes diretores.
Ele poderia ter um ego inflamado. O britânico Robert Pattinson é um dos atores que mais faturam em Hollywood atualmente – só no último ano, embolsou 26,5 milhões de dólares, segundo a revista Forbes. O moreno de olhos azuis tem uma legião de fãs barulhentas, que o persegue por toda parte, e, para completar, tem recebido convites de cineastas aclamados. Um exemplo é o canadense David Cronenberg, que o dirigiu em Cosmópolis – o filme concorreu à Palma de Ouro em Cannes e estréia em agosto no Brasil. Pessoalmente, no entanto, Pattinson surpreende pela humildade e pelo senso de humor. “De um dia para outro, deixei para trás um cachê ridículo de 500 libras, e virei um astro de Hollywood. E o pior é que tudo isso aconteceu sem eu ter provado nada”, ironiza o ator, projetado mundialmente com a saga Crepúsculo, que começou em 2008 e arrecadou até agora 2,5 bilhões de dólares.
Embora tenha deixado para trás mais de 3 mil candidatos ao papel do vampiro Edward Cullen, Pattinson é o primeiro a admitir que o personagem nunca “exigiu muito esforço”. “Os roteiristas deram o melhor de sim, mas não há muito o que fazer quando o sujeito nunca muda”, diz o ator, muito entusiasmado com as oportunidades que a série de filmes proporcionou em sua vida do que a execução deles. “Reconheço que nem estaria aqui se não fosse por Crepúsculo. Daqui para frente, porém, quero vencer minhas inseguranças como ator, mesmo que isso signifique arriscar e errar.”
O primeiro papel dessa nova fase é Eric Packer, o gênio do mundo das finanças que ele interpreta em Cosmópolis. Adaptado do livro do escrito americano Don DeLillo, o drama futurista segue os passos do bilionário impiedoso que cai em crise existencial ao colocar a sua fortuna em jogo. Com toda a estranheza típica de um filme de Cronenberg, a maioria das cenas é ambientada dentro de uma limusine, em que o personagem de Pattinson recebe várias visitas – inclusive de prostitutas, médicos e analistas econômicos. “Confesso que, quando li o roteiro pela primeira vez, pensei em recusar o convite. Não queria passar por covarde, mas não entendi nada. Senti um enorme potencial para o fracasso, justamente por meu personagem falar sem parar”, afirma, rindo. Felizmente Cronenberg não se importou com o fato de o mundo das finanças não significar nada para Pattinson. O jeito como ele se sentia alienado poderia funcionar a seu favor – já que seu personagem também vive isolado. “Só depois, durante as filmagens, é que percebi que o roteiro trata de uma distorção absurda na luta do poder. É uma fábula apocalíptica sobre o capitalismo.”
No desenrolar da história, o protagonista revela que, no fundo, está apenas tentando fugir de si mesmo – algo com que Pattinson consegue se identificar. Desde que ficou famoso, o ator é perseguido pela mídia e pelas fãs. “Tento não pensar muito sobre isso e apenas fazer meu trabalho. Mas minha vida é realmente estranha. Não chega a ser tão esquisita quanto a do meu personagem em Cosmópolis, embora eu me sinta às vezes tão claustrofóbico quanto ele.” Eric Packer faz até um exame de próstata dentro da limusine. Mas o ator não reclama. Pelo menos Packer e seus próximos personagens vão além do mocinho da história. “Não é fácil convencer durante muito tempo como o bonitão. Você precisa ser extremamente autoconfiante, o que não é o meu caso. Não me acho atraente. Sou um tipo estranho”, diz Pattinson, que começou a atuar, aos 15 anos, na Barnes Theatre Company para “conhecer garotas.”
Na atual safra de produções mais cult, o ator está ainda em Bel Ami, baseado na obra de Guy de Maupassant, em cartaz no Brasil a partir de agosto, no papel de um sedutor com alma obscura, que leva para a cama mulher como uma Thurman, Christina Ricci e Kristin Scott Thomas para conquistar dinheiro e poder. Em Missão: Blacklist, atualmente em pré-produção, ele foi escalado para interpretar Eric Maddox, o soldado que participou da captura de Saddam Hussein. E em The Rover, também em pré-produção, seu personagem será um sujeito mentalmente perturbado, que ajuda o irmão a recuperar o carro roubado. “São papéis interessantes para um ator como eu, que tem tudo o que aprender.”
Pattinson ainda escreve um roteiro com a namorada, a atriz Kristen Stewart, que conheceu em Crepúsculo. “Não será para agora. Não temos pressa em voltar a contracenar. Sabemos que o filme terá de ser muito bom para justificar uma nova parceria nas telas. Do contrário, não nos massacrar”, comenta. Ele diz que não poderia ter encontrado uma garota “mais perfeita” que Kristen. “Ela entende exatamente o que sinto. É uma mulher ambiciosa, que quer crescer como atriz. Tem um excelente faro para o que é bom e me desafia constantemente.”
Batizado de Robsten pela mídia – como Brangelina (Brad Pitt e Angelina Jolie) –, o casal vivenciou a emoção e a loucura de ter um filme cada um concorrendo à Palma de Ouro no último Festival de Cannes. Ele competia com Cosmópolis e ela com Na Estrada, de Walter Salles. “Brincaram dizendo que éramos adversários, o que seria insano.” Pattinson admite que ficou “com certa ponta de inveja” quando kristen contou que estaria no evento francês – a seleção de Cosmópolisainda não estava confirmada. “No fim, foi incrível termos o apoio um do outro. A presença dela na sessão de gala do filme me deixou muito nervoso. Ela estava sentada à minha frente. Eu ficava olhando sua nuca, tentando decifrar se ela estava gostando ou não do filme (risos). Só sosseguei quando, na saída, Kristen disse que tinha adorado.”
FONTES:
robstenbubble.com VIA:
@PorraRobsten