KRISTEN STEWART NA FLAUNT MAGAZINE (COMPLETA)

Kristen Stewart está escondendo mal. Mesmo que ela não fosse aquela garota de “Crepúsculo”, ela seria aquela menina bem ali, de quem-sabe-onde, em jeans preto e uma camiseta cinza, fumando e com olhar fulminante e tentando bastante não olhar ninguém nos olhos. Com sua província invisível violada pela aproximação dos meus passos, o seu segurança relaxa apenas ligeiramente após a uma apresentação. Sentada agora perto de uma árvore plantada em terra recém mexida, um garçom nervoso recebe ordens de bebidas e se apressa, toda a sua linguagem corporal falando em silêncio “Eu sei quem você é!” Stewart está falando sobre Sean Penn. Ela o conhece. Ela apareceu no seu filme “Na Natureza Selvagem” há alguns anos e ela havia acabado de encontrar com ele fora do prédio. Ela disse a ele “E aí?” Ele sorriu e disse, “Haiti.” Eles tentaram demorar-se, para fumar e conversar, mas em questão de minutos, câmeras estavam clicando, alguns paparazzi haviam se juntado, e a conversa foi abruptamente terminada.

Agora, recentemente agitada, todo o aspecto de Stewart é movimentado pelo incômodo. Ela estremece com a dor, segurando em seu pescoço. “Eu devo ter dormido errado sobre ele. Toda vez que eu olho sobre meus ombros dói muito.” (Mesmo assim, ela vai persistir espiando atrás dela de vez em quando com um início audível, virando de volta com uma careta.) Tudo conspirou e se alinhou perfeitamente aqui esta tarde para que Stewart generosamente, e sem pausa, fale m**** sobre qualquer tema que mereça sua ira. A fama é sempre um bom lugar para começar. “Se eu pudesse ir trabalhar todos os dias e não ter que ser seguida por cerca de quinze malditos gangsters tentando tirar uma foto minha, dispostos a fazer qualquer coisa por uma… Não é normal”, diz ela. “É engraçado como a fama na América é colocada alto para c***** — acima de riqueza, acima de felicidade, acima de tudo. Não é verdade. E eu sabia disso antes [de eu ser famosa]. Era tão óbvio para mim. Eu não sei como as pessoas não conseguem ver isso na perspectiva de fora. Minha perspectiva é a mesma: é exatamente o que eu pensei que seria.”

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O garçom volta com chá gelado e refrigerante, pedindo desculpas por interromper, mas querendo deixar-nos saber que a cozinha vai fechar em breve e que se queremos algo cozido, agora é a hora de dizer isso. Stewart recusa educadamente, movendo cubos de gelo no seu copo com um canudo de plástico transparente. O garçom desaparece como uma névoa. A situação é, ela não está taxando. Ela não é austera, mesquinha, ou nem mesmo insatisfeita. Tudo isto é como descrever as nuvens, ou as folhas das árvores. São coisas que existem no mundo e ela está falando sobre elas. Ela logo terá 20 anos de idade.

Um filme de quase três anos atrás fez dela a atriz adolescente mais famosa da América e pessoas com o dobro da sua idade escrevem notas dizendo que ela deveria sorrir mais. Ou usar sapatos diferentes. Ou obter um novo corte de cabelo. E ela está certa. É tudo muito estúpido. “É muito agressivo também”, diz ela. “Se a fama é o melhor possível, a melhor posição em que você pode se imaginar, então você seria a pessoa mais sortuda do mundo. Então, qualquer coisa poderia acontecer com elas e você não deveria se preocupar. Por que você se importaria ou se sentiria mal por uma pessoa famosa? Eles são famosos! Eu realmente aprecio tudo na minha vida, mas não foi por isso que eu comecei a atuar.”

No espaço entre “Crepúsculo”, dois e três, Stewart está tentando afrouxar o laço apertado da notoriedade trazida pela franquia, através de papéis sérios em filmes menores. É uma estratégia freqüentemente usada pelos recém “atacados por fãs”, mas não é nem mais nem menos calculado do que a mania em torno dela como Bella Swan. Isso não pode ser planejado. É tudo pura sorte. Além de qualquer coisa, é a generosidade dos demônios vampiros que permitiu involuntariamente que esses outros filmes fosse feitos e talvez até mesmo vistos.

Em “The Runaways”, o filme de estréia da diretora de videoclipes Floria Sigismondi, Stewart assume o mito criativo, uma tal Joan Jett em seus primeiros dias como uma já talentosa roqueira punk, antes que ela partisse e lançasse sua grande carreira com a banda Blackhearts. Qualquer estilista com um tiquinho de talento poderia ter feito Stewart parecer Jett, mas preencher o espaço fabuloso de um ícone, já é outra história. É preciso atuar e Stewart faz o seu melhor em um filme mediano composto fortemente do melodrama clichê ascensão-e- queda, visto antes em inúmeros outros filmes sobre a mesma coisa. É tudo sobre humor e iluminação, roupas, câmera lenta e uso de drogas. Em suma, parece que o filme foi feito por um diretor de videoclipe. Além disso, o filme é da Dakota Fanning, de verdade. Toda arrumada e lábios com batom, como Cherie Currie, ela faz qualquer senhor na sala com idade suficiente para usar uma navalha para se barbear, se contorcer úmido em seu assento como.

Mas Stewart é boa nele. Apenas alguns minutos e você já está pensando em Jett não em Robert Pattison e suas amadas presa brandidas. E isso não é pouca coisa, considerando o mercado voraz alcançado por esses filmes de Crepúsculo que pegaram

até mesmo esse garçom — que está de volta agora, a propósito, pairando com uma bandeja de prata de biscoitos recém-assados.

“Por conta da casa”, ele anuncia, e some rapidamente.

Mas é outro novo filme de Stewart que talvez possa realmente fazer o truque. No filme do diretor Jake Scott’ “Welcome to the Rileys”, ela interpreta Mallory, uma dançarina à deriva nas ruas de Nova Orleans até que o bem-intencionado James Gandolfini aparece e a força a se endireitar, da forma como só James Gandolfini pode. Ele foi exibido junto com “The Runaways” no Festival de Sundance deste ano e foi Rileys que surpreendeu, inspirando até mesmo o amado Roger Ebert a dizer “Quem sabia que ela tinha essas notas? Eu estou descobrindo uma importante nova atriz. “

“Aquilo foi incrível”, diz Stewart de Sundance, olhando para o prato recém-chegado de assados como se fosse um sapato que caiu do céu. “Foi a experiência mais gratificante poder sentar na frente de 300 pessoas que tinham acabado de ver o filme. Ainda mais com Rileys porque essa menina é tão acaba. Eu não consegui tirá-la de mim por um tempo. Foi assustador. Poder falar isso com pessoas que acabaram de ver, aquilo foi a experiência mais louca.” “Eu estava com tanto medo de ir para Sundance,” ela continua. “Eu pensei que todo mundo ia escrever m****. Eu pensei que todos estavam esperando, ansiosos para dizer que eu deveria voltar para “Crepúsculo”. E ninguém disse isso. Coloquei tanto nele. Eu teria morrido trabalhando naquele filme. Então, se eles tivessem dito aquelas coisas ruins, então eu poderia muito bem parar agora. Eu tive muita sorte porque esses dois filmes são tão diferentes [de Crepúsculo]. Eu escolho o meu trabalho instintivamente. Eu não poderia ter um plano. Eu estaria sempre aquém. O que eu faço é tão impulsivo. Quem sabe com o que você vai se conectar e vai poder viver? Eu não posso simplesmente ler um roteiro e dizer que é ótimo porque há uma parte de mim, minha idade, perfeito, eu não posso viver aquela vida. Você sabe o que eu quero dizer? Aquilo não sou eu. “

De repente, uma mulher mais velha com excesso de peso aparece ao lado da mesa, gesticulando para os biscoitos. “Ooh! Nós ganhamos alguns desses também?”

“Não”, diz o garçom, com naturalidade, parecendo que os dois surgiram do mesmo estalar de dedos. “O que torna essas pessoas tão especiais?” A velha senhora sorri e pisca para Stewart, que está segurando o pescoço de novo, com um sorriso leve, explorando o nervo comprimido (ou seja lá o que for), que vem afligindo a sua capacidade geralmente afiada de detectar esses tipos de intrusos. Nós empurramos o prato para mais perto da mulher e os olhos dela alargaram-se. Agradecida, ela vai embora, o som de aveia torrada dando lugar a dentes ávidos.

Isso, aparentemente, criou uma abertura, pois um homem de bigode preto usando uma camisa polo amarela dobrada e calças apertadas, está apertando suas mãos nervosamente e aguardando a sua vez de falar. “Eu sinto muito. Eu só queria dizer que eu sou apenas um grande fã. Este é o seu agente? Eu não quis interromper. Eu sou apenas um grande fã. Olá. “

“Obrigada”, disse Stewart, fazendo uma convincente benevolência, até sorrindo ligeiramente.

O homem fica ali por um momento ou dois mais, uma pequena infinidade que faz tudo desacelerar para um impasse difícil. Ele finalmente recua, curvando-se quase, e retorna à sua própria mesa. [Mais tarde, o garçom vai sussurrar para mim: “Desculpe por isso. Nós temos tido problemas com ele ultimamente.” O que isso quer dizer, eu nunca vou saber, e deixando todos os tipos de cenários estranhos no olho da mente para preencher o vazio deixado pela palavra" problemas ".]

“Ele era legal, pelo menos.”

“Ele era legal”, ela admite. “Ele não pediu por foto. Isso é bom, porque aí eles vão e colocam no Twitter e, em seguida, os paparazzi sabem onde eu estou e eles dirigem até o local e tudo fica louco. Twitter me f*** todos os dias da minha vida. Porque as pessoas dizem, ‘Eu estou sentada ao lado de Kristen Stewart agora ‘e então eles aparecem. Eu vejo as pessoas em seus telefones e eu só quero pegar esses ‘cookies’ e jogá-los fora. É tipo ‘saia do seu telefone e vá ter viver!’Eu fico tão brava. É como se você estivesse pisando na vida de alguém, sem qualquer respeito. É descontrolado. Qualquer um pode fazê-lo agora. Compre uma câmera e você é paparazzi; obtenha uma conta no Twitter e você é um informante. É tão chato. ”

Então, estamos de volta ao começo, falando sobre isso novamente. Talvez seja inevitável sentado aqui, sob o sol de Beverly Hills, onde metade das pessoas é famosa e a outra metade está pedindo-lhes apertos de mão (ou entrevistas). Ou um maldito biscoito, pelo amor de Deus.

“Alguma vez você já socou alguém na cara?”

“Não!”, Diz ela, rindo um pouco. “Eu já acertei as pessoas, mas eu nunca bati em alguém.”

“As pessoas pensam que você fuma muita maconha.”

“As pessoas dizem isso o tempo todo. As Pessoas falam, ‘Ela fumou crack. Ela é uma dopada”.

“Como você reunir forças para sequer sair de casa?” “Você tem que entrar no modo ‘Não dou a mínima. ’ Senão…” E essa palavra fica no ar. Senão o quê? Alguém leva um soco? ‘Cookies’são atirados? A pergunta mais óbvia se torna: Então por que sentar aqui e ouvir as perguntas e posar para fotografias para ir junto com as suas respostas? Como você pode justificar reclamar depois de participar? “Certo,” ela faz uma pausa. “Eu não tenho uma resposta para isso. Eu acho que as pessoas só querem que você esteja com os pés tão fora do chão pela posição em que você está que você não deve ter princípios, você não deve ter noção do mundo ao seu redor, e viver uma fantasia de celebridade. É isso que eles querem?”

Eu dou de ombros. Eu poderia até acenar.

“Bem, eu não quero ser isso e eles podem continuar a falar m****. Mas isso é apenas assustador. “

Não, assustador é que um homem adulto (pelo menos com o dobro da idade dela) tenha se levantado de sua mesa para dizer a Kristen Stewart que ele é um grande fã. Um fã de quê, exatamente? Supondo que ele está se referindo aos filmes em que ela apareceu — e é provavelmente seguro apostar que ele só viu o par de filmes de “Crepúsculo” –, o que ele quer em troca do seu Olá? Uma história, provavelmente. Algo para dizer a alguém que adiciona uma pitada perceptível de valor e peso a sua própria vida, derrubando as escalas tão-pouco em seu favor. Ou algo parecido. Mas se eu fosse ele, e ele pudesse ouvir o que eu estou pensando agora, eu me diria para ir me f***. (Ou algo parecido). Mas o fato é que, esta jovem mulher sentada nesta mesa (a única mesa onde um ‘cookie’ desapareceu) é interessante e carismática e inteligente e bonita. A precisão de seu desdém e entusiasmo geral para chutar m**** é contagiante. Ela faz você querer torcer por ela. Claro que aqueles filmes de vampiros no Ensino Médio podem ser facilmente e frequentemente ridicularizados, mas você é um mentiroso (ou falta uma leveza essencial na sua vida) se você não estivesse entretido pelo menos pela vontade enorme vontade deles de entreter.

Mas acima de tudo, cada vez que ela olha por cima do ombro e estremece, você estreme também. O vigor com o qual ela está se segurando para qualquer aparência de autenticidade é algo que você gostaria de ajudá-la a manter também. Sim, com certeza, ela é principalmente aquela garota de “Crepúsculo”, uma ideia que ela

detesta legitimamente, mas uma coisa real pelo que ela parece grata. Se “Welcome to the Rileys” é evidência de qualquer coisa, ela vai ser mais do isso com o tempo. Quer dizer, se um mundo cheio de garçons oscilantes, ladrões de biscoitos, e fãs sem noção presos em corpos de adultos não acabarem com a vontade dela. Ah, f***-se. Eu também sou um fã agora. Desculpe. Jogue-me na fogueira com o resto deles.

“Sim, eu definitivamente ajo de maneira diferente. Eu definitivamente estou superando muito disso. A insegurança que eu desenvolvi é apenas ficar excessivamente paranóica com todo mundo olhando para você quando eles não estão olhando”, admite ela, agarrando a dor no pescoço novamente, prendendo-se do desejo infindável de olhar ao redor. “Eu adorava sair e ir tropeçando por aí, mas agora eu tenho que olhar para o chão. Caso contrário, você está convidando interação a cada trinta segundos, o que é impossível de administrar. Mas isso não é em toda parte. Eu ainda posso ir a lugares. Não é triste, é apenas o jeito que é.”

“Eu realmente amo o que faço. É apenas uma vida diferente”, conclui ela, pressionando os dedos mais profundamente sobre os tendões acima de seu ombro. “Eu fico na defensiva e isso provavelmente perpetuou a ideia das pessoas de que eu nunca sorrio. Eu gosto de balançar a minha perna também, então as pessoas pensam que eu estou sempre desconfortável. Entendo porque as pessoas dizem que eu sou negativa. Eu não posso fingir. Eu sempre estive envolvida, muito pessoal. Eu gosto de escrever também. Atuar e viver e escrever: é tudo a mesma coisa. É apenas uma consideração para outras pessoas e para você mesma.”

Parte da sua vontade de atuar, de escrever, vem do seu interesse em outras pessoas?

Sim, eu estou entre elas!

Kristen Stewart sorri. Ela finalmente tira a mão de seu pescoço, olha para cima e sorri. Não há ninguém por perto. O restaurante está fechado. Não há ninguém aqui para ‘tweetar’ ou enviar mensagens de texto. Qualquer pessoa com uma câmera está provavelmente perseguindo Sean Penn por algum corredor próximo. Mas que droga seria se a mulher simplesmente não sorrisse e ninguém estivesse aqui para ver. Nós dois olhamos em volta silenciosamente e decidimos que a conversa pode terminar aqui.

Bem, eu não vou fazer você passar por mais dor.

“Sim, essa foi horrível”, diz ela, levantando-se para sair.

Um sorriso e uma brincadeira? Não há mais ninguém aqui para perguntar. Onde está aquele maldito garçom quando você precisa dele?

FONTE: Kstewdefenders