17/02/2012

CRITICA DE BEL AMI POR INDIEWIRE




Faz todo o sentido que Rob Pattinson continue com as suas tentativas de aumentar a sua base de fãs já que a franquia ‘Twilight’ está a chegar ao fim. Estrelando uma nova adaptação cinematográfica do romance de Guy de Maupassant de 1885, “Bel Ami” certamente dá um passo nesta direcção: interpretando Georges Duroy, um inescrupuloso ex-soldado que consegue alcançar um lugar na alta sociedade parisiense seduzindo as esposas de homens ricos e poderosos, é um bom acréscimo ao seu currículo. (Sony Pictures Classics lançará o filme em toda Alemanha em 2 de Março).


Duroy é inescrupuloso, egocêntrico, e claramente ambicioso. Mas tem um magnetismo sexual suficiente para dar seguimento a sua carreira, através de algumas das camas mais opulentes da cidade. Pattinson tem então um envolvimento nas telas com atrizes com idade para ser mãe do principal astro de ‘Twilight’. É uma aposta arriscada.

Por tudo isso, é difícil não desejar que ‘Bel Ami’ fosse mais atrativo. Declan Donnellan e Nick Ormerod estão estreando como diretores de longa-metragem, depois de longas e estelares carreiras com a aclamada companhia de teatro Cheek by Jowl. Sua formação de palco às vezes é aparente: “Bel Ami” (filmado em Budapeste, como cenário para Paris) poderia muito bem ser uma história que se passasse em ambientes internos, mas na tela muitas vezes parece restrito e claustrofóbico.

A relevância actual de “Bel Ami” não pode ser exagerada. Duroy retornou à França depois de servir o exército francês na Argélia, é uma figura que sobe na sociedade sem ter alcançado muita coisa – não muito distante de tantas celebridades de hoje. Ele usa uma carreira no jornalismo como seu ingresso para o topo, mas mal consegue escrever uma frase coerente. Entretanto ele acredita que a fama se equipara a poder e influência. É bem parecido com o século XXI.

Então é um enredo secundário sobre corrupção política e hipocrisia, e o papel que o jornalismo interpreta derrubando políticos, e até governos. Na Grã-Bretanha especialmente, onde escândalos devastadores fecharam um jornal de abrangência nacional e gastos fraudulentos de membros do parlamento dominaram as manchetes nos últimos anos; este é um material forte. Ainda assim, de alguma forma, nunca chega a se encontrar com a narrativa principal: a crescente influência de Duroy, e as mulheres que ele seduz para que isto aconteça.

Felizmente, as três actrizes em questão cumprem bem o seu papel. Uma Thurman, esposa de um editor político influente, é uma conhecida, empática personagem que endossa as ambições de Duroy, e até escreve sua peça detalhando suas memórias como um jovem soldado. Kristin Scott Thomas é inicialmente a esposa fria de um chefe de jornal – e poucos interpretam a frieza melhor que Scott Thomas. Mas ela se afeiçoa a Duroy e acaba reduzida a implorá-lo a não terminar o caso deles.

A melhor de todas é Christina Ricci como Clothilde, uma amistosa, charmosa, socialite a quem Duroy rapidamente seduz. A carreira de Ricci tem oscilado desde seus filmes de sucesso na infância e adolescência, mas aqui sua presença na tela é a mais viva e efectiva do que tem sido em muitos anos.

Mas Pattinson é um problema como Duroy. Ele demonstra a crueldade do seu papel adequadamente e o seu sorriso brilhante é uma arma útil a seu favor. Mas ele parece não se sentir a vontade fazendo um personagem de época. Não que é ele seja um mau actor, mas ele parece mais um jovem contemporâneo num contexto histórico; a sua linguagem corporal é muito casual e informal para círculos sociais nos quais Duroy se infiltra. (O pensamento me vem à cabeça de que o próximo papel de Pattinson, fazendo um jovem magnata do mercado de capitais de Manhattan na adaptação de David Cronemberg de “Cosmópolis” de Don de Lillo; deve ser bem conveniente).

Quanto a “Bel Ami” a comunidade de fãs de R-Patz deve investigá-lo por curiosidade – e certamente mostra seu ídolo em situações mais explícitas do que viram antes. Mas é improvável que lhes apele muito; na verdade, é mais direcionada a um público mais velho que deve valorizar os temas ocultos da história de Maupassant sem que estes estejam sendo detalhadamente explicitados.

Via | VIA E Tradução Meninas Vampiras

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