Ela é a Bella perfeita, mas Kristen Stewart também sabe como dar o dedo para Hollywood ao pegar papéis reais em filmes reais. Para alguém que é tão relutante em ser uma celebridade como ela claramente é, Kristen Stewart fica com o cabelo em pé ao falar sobre ela.
Assim como seu novo filme, Eclipse, estreiou na África do Sul, a atriz causou uma grande alvoroço quando ela apareceu para uma entrevista com David Letterman ostentando um cabelo ruivo. Segundos depois, a atriz de 20 anos de idade caminhou para o set do ‘The Late Show‘, vestindo um micro vestido com um ombro só e os blogueiros falaram sobre isso: “Kristen Stewart em novo visual: Você amou ou detestou?” e, segundos depois, um zilhão de especialistas estavam falando sobre isso.
E não foi diferente quando Stewart foi vista pela primeira, aproximadamente em 2009, com seu look durante as filmagens de The Runaways. “Kristen tem um mullet“, gritavam os tablóides horrorizados com o estilo roqueiro predileto da guitarrista da banda The Runaways, Joan Jett, que Stewart havia sido escalada para interpretar.
Não é nenhuma surpresa encontrar Stewart feliz ao deixar seu cabelo ter mais espaço na mídia: não importa o que ela faça, a atriz não consegue escapar do esteriotipo de mal-humorada, com manias e mordendo os labios, que foi empurrado a ela assim que sua carreira supersônica chegou através do primeiro filme Twilight, em 2008.
E você não pode dizer Stewart nunca tentou jogar esse jogo.
Ela tenta a ironia. “Nós fomos avisados várias vezes que seria completamente bom aprender a mergulhar em 10 minutos,” ela conta a Letterman sobre uma experiência na Austrália, nadar com tubarões. Ela tenta ser séria “Quando estávamos em Berlim, eu fui ao Museu do Holocausto e isso foi incrível para mim“, ela confessa. Stewart ainda tenta o cartão pessoal, trazendo fotos do seu lobo de estimação, Jack, para sua visita ao Letterman.
Mas não importa o que a bem sucedida atriz de Los Angeles faça, a grande massa de críticos de Stewart não levam em conta nada disso.
“Dolorosa e inábil Kristen“, gritava a manchete mais uma vez, o post do Letterman show – também se baseando nela para descrever seus recentes filmes como “mais divertidos” por causa de seu atual namorado, Robert Pattinson, que estava trabalhando, e seu “ativo” parceiro e colega de trabalho, Taylor Lautner.
Na verdade, se os peritos se importassem em olhar um pouco mais a fundo, a elegância de Stewart, o look atual mais sofisticado é combinado com um profundo autoconhecimento.
“Isso é ótimo, isso é ótimo – isso vai me seguir por aí um tempinho,” ela diz (com os polegares ironicamente para cima) após ouvir a gargalhada do auditório com sua séria descrição sobre se divertir com Lautner.
Essa Stewart que entende as regras do jogo – e quando ela as transgrediu – vem com a metade da sua vida que ela gastou aos olhos do público.
Os holofotes da mídia começaram em 2002 com a volta inesperada de Stewart e sua participação no filme de David Fincher, Panic Room, juntamente com Jodie Foster. Apesar de Stewart ter ganhado atenção pelo seu papel anterior no drama indie The Safety of Objects, foi Panic Room que a colocou no caminho direto para seu papel como Bella Swan na série Twilight. Aliás, a atriz foi descoberta por um agente num concerto da escola quanto ela tinha apenas oito anos.
Não é exagero dizer que o trio dos filme sobre vampiros, a abstinência e o amor a todo custo a catapultaram para os lares de fãs jovens no mundo todo – milhões de quem tinha finalmente achado uma atriz digna de se colocar na parede do quarto.
Havia algumas sobrancelhas levantadas quando Stewart escolheu The Runaways como seu novo projeto de filme de mais alto padrão fora de Twilight. A história de um grupo de rock só de garotas dos primeiros anos da década de 70 – com cortes de cabelos repicados e tudo isso – pareceu ser, pelo menos no papel, dificilmente o sucesso que você poderia esperar ela participar.
Mas para toda a sua poderosa força, ela indicou repetidamente que ela “não está tão interessada em ser uma estrela de Hollywood“. Ela está mesmo interessada é em atuar – e a chance de interpretar o icone feminino guitarrista a vê adicionando outra, bastante considerável, dimensão a suas habilidades.
Na verdade, Stewart é uma hábil combinação para a transição musical de Joan Marie Larkin para a vestida em couro e autoritária na guitarra Jett, cujo desejo era ser parte de uma banda de rock só de garotas, ajudou na formação de The Runaways. Sua performance é restrita contra a tensa parte de Dakota Fanning na cantora emocionalmente abalada de The Runaways, Cherie Currie, mas não é menos poderosa por isso. E é difícil não traçar uma linha sobre a capacidade de Jett de misturar o mundo feminino e masculino (cenas de amor lésbico aparecem em The Runaways, incluindo uma proposta, um beijo espontâneo entre Fanning e Stewart) com Stewart parte-geek, parte-emo e uma pessoa pública parte-andrógina.
Talvez por causa de seu próprio mal-estar com o estrelato em Hollywood, Stewart traz à tona as dificuldades de ser uma deslocada na América dos anos 70 com um faro verdadeiro.
Sua Jett é tranquila, mas firmemente incessante no seu desejo de tocar uma guitarria rock (não o rock acústico soft, que um professor infeliz tentou ensinar uma vez a ela) e criou um grupo só de garotas que é genuinamente bom. Ela ainda se coloca algumas vezes em negociações manipuladoras (contando o dinheiro enquanto fala para as garotas que fizeram seu primeiro show de graça) com o produtor de The Runaways, Kim Fowley (muito bem interpretado por Michael Shannon), enquanto absorvendo suas induções (“trata-se da imprensa, e não prestígio!“, “trata-se do desejo sexual das mulheres” e por aí vai).
É também a Jett de Stewart – auxiliada, em partes, pelo tardio ótimo papel da baterista Sandy West, de Stella Maeve – quem mais impulsiona a noção radical das garotas adolescentes se comportando arrogantemente e a música rock sensual. A história também sugere a potência da ginga desengonçada da punk music.
Stewart admira abertamente o papel de The Runaways, desempenhado na criação de um espaço para as artistas mulheres, dizendo a um entrevistador que a banda foi “as primeiras meninas que tocaram agressivamente o assertivo rock’n'roll sexual“. Na verdade, nas mãos da diretora Floria Sigismond, o filme foi uma lembrança muito forte da ausência gritante de boas presenças femininas do rock no cenário da música contemporânea. Mesmo a viúva de Kurt Cobain, Courtney Love (uma fã confessada de The Runaways), parece ter sucumbido a uma forma silenciada do gênero em seu último album, “Nobody’s Daughter” – uma versão que faz com que sua obra-prima de 1994, Live Through This, parecer uma miragem embaçada, obscurecida pelo fato do estranho amor de Love por cirurgia plástica.
Sigismond dirige videoclipes e ela usa The Runaways – e, em particular, a Jett de Stewart – para entregar uma ardente nova parte nos grandes sucessos do grupo, incluindo Cherry Bomb, mostrando ser escrita, no local, por Fowley com Jett de uma maneira que você nunca poderia imaginar no pop dos dias de hoje, como Simon Cowell, fazendo. (Para Cowell, uma sarcástica bronca é a soma do que lhe é permitido levar em seus vários programa de reality show; para Fowley isso acontecia como uma “puta chave de cadeia!” quando ele percebe o potencial do desejo de Jett e West de criar um negócio de rock só para garotas.
Muito tem sido feito por Fowley – um percursor moderno de Cowell, sempre na busca de um novo projeto (incluindo ir para a Austrália nos anos 80 para achar os novos Beatles – ou ABBA – Fowley não estava agitado). Alegações que The Runaways não eram nada além de uma banda posta junta por um produtor são meramente incapacitados no filme de Sigismond – e, de novo, é a habilidade incontrolável de Stewart de retratar a perseguição implecável de Jett, da perfeição de tocar guitarra, que é a chave para interpretar The Runaways como uma coisa real.
Se o filme se baseia mais intensamente na história de Currie (é baseada nas memórias da cantora, Neon Angel), os momentos finais de The Runaways são todos de Stewart – Sigismond pula para frente e mostra a carreira de Jett, posterior a The Runaways.
Em um apartamento sujo que desmente o sucesso japonês da banda (o começo do fim para a entorpecida Currie) e o contrato com a gravadora Mercury, o mau humor tão desnegrido de Stewart é utilizado para o efeito pleno pelo diretor como ela retrata o solo inicial de Jett de escrever as músicas – que resulto no hit monstro global “I love Rock’n'Roll”.
A música (interpretada pela banda de Jett, The Blackhearts, e ainda um dos maiores hits de todos os tempos da Billboard’s Hot 100 Singles) foi uma saudação de dedo-do-meio para aqueles que disseram que garotas não tinha negócios no ramo do rock’n'roll.
É inteiramente apropriado, também, para Stewart que, ao recusar ser uma estrela de Hollywood e o dar de ombros da sua atitude indie ou as suas brincadeiras nos talk-shows, continua a ser aquela coisa rara em jovens animadores hoje em dia: muito interessante e enigmatica.
Sem comentários:
Enviar um comentário