29/05/2014

ENTREVISTA DE KRISTEN COM INDIEWIRE




“É tão irritante que as pessoas pensem, ‘Oh, esse é o novo papel onde ela vai mostrar para todo mundo que cresceu?’” Kristen Stewart contou para o Indiewire na última sexta-feira em Cannes. “Eu não estou tentando mostrar nada para ninguém.”
A atriz estava se sentindo um pouco na defensiva na premiere de seu novo indie, ‘Clouds of Sils Maria’ de Olivier Assayas, e você não pode culpá-la. Desde que ela ganhou sua fama depois de interpretar Bella Swan na franquia ‘Twilight’, é discutível que não há atriz que receba mais atenção – pelas razões erradas – do que Stewart.
Até o primeiro filme da saga ‘Twilight’, Stewart fez muitos outros filmes como ‘Panic Room’ de David Fincher e ‘Into the Wild’ de Sean Penn. Assim que ‘Twilight’ entrou em cena, tornando-a uma super estrela da noite para o dia, ela ficou mais conhecida por seu romance com o co-star Robert Pattinson do que pelo seu trabalho. Ela continuou ocupada durante os cinco filmes da franquia, aparecendo memoravelmente ao lado de James Gandolfini em 2010 em ‘Welcome to the Rileys’ e em 2012 em ‘On the Road’ que também teve sua estréia em Cannes. Mas tem sido os seus filmes pós-Twilight que tem dado mais atenção para a atriz – atenção que ela está tentando seu melhor para gerenciar.
 

Primeiro veio Sundance com o drama de prisão ‘Camp X-Ray’, e agora ‘Clods of Sils Maria’, no qual Stewart compartilha a tela com Juliette Binoche, interpretando a atriz trabalhadora da atriz. ‘Clouds of Sils Maria’ foi mais bem recebido pelos críticos, embora ambos foram recebidos com inúmeros artigos sobre como Stewart se saiu no filme e como sua performance teve um bom presságio para uma longa carreira pela frente. Apesar dos muitos anos no negócio, Stewart se vê tendo que provar que foi o seu talento que a colocou em sua posição hoje em dia e não os Twihards.
Essa luta foi evidente durante a mesa de entrevistas que Stewart fez com a imprensa selecionada em Cannes na tarde de sábado. Não mais visivelmente tímida com a imprensa como era na promoção dos primeiros filmes de ‘Twilight’, Stewart levou a mesa com uma paixão que era palpável na forma que ela articulou suas respostas espontâneas para cada pergunta. É óbvio que há alguma luta nela. Abaixo estão os destaques:

Ela não pensa em seus projetos como “produtos”:
“Eu estou obcecada com ignorar a ideia que estamos criando produtos. Eu realmente escolho cada projeto que faço baseado no desejo e em apenas querer experimentar fazer aquela história acontecer.”

Ela está usando sua fama como uma ferramenta:
“Eu acabei de dirigir esse videoclipe com meu amigo e vai acabar sendo uma coisa que não é. É algo que eu fiz em quatro dias, foi uma pequena história bem divertida e vai ganhar mais atenção do que deveria. Eu acho que isso é uma coisa para tirar proveito. Se você não pode mudar isso, então não tenha medo – se jogue!”

Ela ama filmes grandes tanto quanto ela ama indies – contanto que eles sejam bons:
“É possível fazer um filme grande que tenha significado, seja verdadeiro e por em uma configuração intensificada, para realmente pegar as ideias que significam algo para nós, mas fazendo mais efeito botando-as em um mundo estranho. Usar convenções para fazer o filme ser maior. Eu também gosto de filmes realmente grandes. Eu sou americana, eu cresci com eles. Mas eu também quero que eles sejam bons. Eu acho que isso é totalmente possível. Quando você não está completamente obcecada pelo produto, acho que é possível.”

Ela não é tão confortável com suas assistentes como a personagem de Juliette Binoche no filme:
“Eu tive uma assistente. Enquanto eu estava fazendo os filmes de ‘Twilight’, eu fiz outro filme no meio de cada um, então eu precisava de alguém para quem eu podia pedir coisas tipo, ‘Você pode comprar papel higiênico para mim?’. Eu nunca fui muito próxima. Eu já vi isso acontecer, na verdade. É algo que é familiar para mim. Atores se tornam muito isolados. Novamente, eu não estou reclamando disso mas você tem uma perspectiva única das coisas porque as pessoas não falam com você. Eles sentem que eles não podem chegar e dizer ‘Oi’. De repente, você está incrivelmente sozinho. Então as pessoas contratam amigos para esses trabalhos e então as linhas ficam borradas. Eles são seus colegas de trabalho, empregados, associados, amigos e até sua mãe as vezes. No caso do filme, eu penso que o que torna interessante é que essas duas mulheres são dependentes e obcecadas uma pela outra e elas não se encaixam nas categorias normais de relacionamentos que todos nós sabemos. Nosso relacionamento deveria ter uma categoria. O filme se trata de ter uma relação muito única em um mundo muito esotérico e ter um tempo difícil calculando o porquê de isso estar acontecendo e como lidar com isso. Sabendo que não é saudável e que você deveria levar essas coisas para outro lugar e como isso polariza você e ao mesmo tempo, faz vocês ficarem juntas.”

Ela fez uma tatuagem depois de fazer ‘Clouds of Sils Maria’:
“E fiz isso por causa do filme,” diz Stewart depois de ser perguntada sobre sua nova tatuagem no antebraço. “Eu dei tatuagens para Valentine no filme, então eu tinha adesivos prontos. Você não sabe nada sobre Valentine, é tudo sobre Maria e esse é um grande aspecto na história, ela nunca foca nela mesma. Elas nunca falam sobre a vida dela, nunca. Eu queria mostrar algumas indicações de ‘Quem é ela?’ ao invés de interpretar apenas uma assistente que era genérica. Ela tem interesses, ela está indo para os lugares, você só não sabe para onde. E então eu fiquei tão apegada nessa que eu fiquei para mim. É uma parte de ‘Guernica’,” ela diz sobre a tatuagem. “É uma pintura de Picasso que eu vi quando eu tinha 18 anos em Madrid. Pavimentou-me e foi a primeira vez que eu respondi a uma obra de arte desse jeito. É perfeita para mim. Eu amo sobre o que me faz pensar. É tipo ‘vá em frente e mantenha a luz acesa.’”

Ela não se considera uma atriz de performance:
“Eu sou o tipo de atriz, e tem tipos diferentes, que não é de performance. Eu conheço vários atores que amam isso. Tipo, agora eles estariam te cativando. Vai contra minha fibra. Essas coisas não andam juntas para mim, o que torna difícil algumas vezes.”

Ela sente que foi mal interpretada quando ela chegou à fama:
“Eu não estou dizendo que a impressão de alguém sobre mim está errada (isso seria uma coisa boba de dizer), mas inicialmente, e era considerada ingrata, como se eu não me importasse. É uma coisa. Pense qualquer coisa sobre mim, mas não pense que não me importo. Foi porque eu estava nervosa e surtando porque todos estavam olhando para mim.”

Ela sabe como lidar com a fama agora:
“Eu mudei totalmente em um jeito que eu posso lidar. Não é como se eles estivessem certos, mas eles também não estavam errados. Eu estava totalmente sobrecarregada, a impressão não era local. Eu estou um pouco mais velha e com mais experiência com isso. É mais fácil falar com vocês sobre isso, mas inicialmente era uma coisa impossível. Quando você é posto em um local e você não pode pensar – era uma versão ridícula disso. Isso explodiu na minha cara. É hilária que a percepção seja que eu não me importe, porque quando isso aconteceu, eu estava tipo ‘Meu Deus, ninguém se importa mais do que eu!”

Ela não está nisso pela fama:
“Com algumas pessoas você se pergunta por que eles ainda estão fazendo o que fazem. O que está te levando a esse ponto? O trabalho tem um preço, uma coisa que eu acho que o filme fala. Você está sempre dando tanto de si. Não é algo da sua genética que você conserva. Pode realmente te destruir, constantemente pensar sobre o que as pessoas acham de você. As pessoas que querem ser estrelas de filmes… é besteira. Esse tipo de vida é uma força motriz enorme na vida de tantos atores. Mas eles não vão ser pessoas felizes no final, porque eles não estão fazendo nada para si próprios. Eles estão sempre satisfazendo.

Ela acha que atores são estranhos:
“Se você não tem nada para colocar nisso, você não irá dar nada,” ela diz sobre seu ofício. Saia e viva sua vida e mostre para nós algo que você aprendeu. Eu trabalhei muito. Não é como eu tenho tido férias. Não são férias que ajudam, é a organização de entrada e saída. A maioria das pessoas vive suas vidas com felicidade. O impulso de fazer algo não está em todo mundo, na maioria é apenas estranho. Eles precisam tomar conta de si mesmos.”


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